terça-feira, 12 de julho de 2011

"Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem. Lutar pelas diferenças sempre que a igualdade nos descaracterize". (Boaventura Santos)





Enquanto estudante de Pedagogia e Ciências Socias, há tempo escuto um discurso que defende o respeito às diferenças, a subjetividade e identidade de cada ser, pois como disse Augusto Cury: "Somos atores únicos no teatro da existências".
Todavia, às vezes me vejo a defender uma falatória que embora esteja na moda(teoricamente), ainda não tem praticidade. E não tem praticidade porque o preconceito brasileiro é camuflado, é escondido; motivo este que contribui fortemente para que esse problema até os dias atuais, ainda esteja tão enraizado. Parece-me que a maioria dos indivíduos acredita e segue a risca a visão de Maquiavel: "Mais vale parecer a de fato ser." Tratamos deficientes como se fossem fantoches, os quais necessitam sempre de alguém que "fale" e pense por eles;, ficamos pasmos quando vemos algum "deles" beber, fumar, remexer-se. Com certeza, agimos de tal forma, porque até então, tínhamos um pré - conceito de que eles não podem realizar ações que nós executamos cotidianamente.
O pensamento que as pessoas têm acerca da incapacidade de um deficiente pode ser modificado, senão, amenizado, a partir do FILME: GABY - UMA HISTÓRIA VERDADEIRA.
O filme nos possibilita um maior contato com as dificuldades enfrentadas por pessoas especiais, permite observar e identificar nossos preconceitos, que por vezes, passam despercebidos. É possível compreender questões que envolvem a família dos portadores de necessidades especiais, assim como, sua importância e interferência positiva ou negativa na vida desses indivíduos. Percebe-se também, o quanto a escola/universidade estão carregadas de empecilhos e limitações que não favorecem o desenvolvimento cognitivo desse público, o qual frequentemente tem sido taxado de incapaz e improdutivo.
O filme mostra uma mulher que mesmo tendo uma porção de limites, sente desejos e enfrenta os medos a fim de realizá-los. Com certeza, traz um novo olhar para o debate sobre "o ser diferente", pois desmistifica uma série de ações, que até então, guiadas por preconceitos...nos levava a acreditar que eram impossíveis de serem realizadas por um deficiente nas condições de Gaby e de outros tantos.
Para a curiosidade de todos, gaby, uma MULHER que nasce com paralisia cerebral, não fala e tem apenas o movimento do PÉ esquerdo, concretiza ações como qualquer mulher dita normal e vai além de muitas delas. Ela se apaixona, encontra um namorado, bebe, fuma, tem relações sexuais, termina o curso superior, é editora chefe de uma empresa, publica artigos, livros e por fim, adota uma criança . E pasmem, tudo isso é realizado por uma mulher que mexe apenas 1 pé. Definitivamente, ao assistir a esse filme, muitos mudarão não só a visão que têm sobre os deficientes, como também, o modo de enfrentar os próprios medos e desafios.


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